terça-feira, 25 de junho de 2013

COLIGAÇÃO PSD/CDS AMEAÇA FERIADO DE S. JOÃO E PÕE EM CAUSA DIREITOS DOS TRABALHADORES

No passado dia 12 de Junho, foi emitida uma ordem de serviço por Rui Rio dando informação da substituição daquele que é há mais de 100 anos o feriado municipal mais importante para a cidade do Porto, o Dia de S. João, por uma mera tolerância de ponto.

Segundo foi referido pela coligação PSD/CDS, o argumento para esta alteração prende-se com uma alteração legislativa recente que faz depender os feriados municipais de decisão expressa do Conselho de Ministros, alteração que já no dia 7 de Junho tinha sido clarificada pelo Governo. Trata-se de um argumento falso! Aliás, se dúvidas houvesse, o facto de no passado dia 13 de Junho, Dia de Sto. António, os diversos ministérios, a Presidência da República, a Assembleia da República e até o Diário da República terem gozado feriado sem que tenha havido necessidade de qualquer decisão do Conselho de Ministros, seria suficientemente esclarecedor. O Porto foi o único município em 308 que fez uma interpretação extensiva da Lei. Acresce ainda que entre as competências das Assembleias Municipais, nos termos da lei em vigor, consta a definição do Feriado Municipal anual.

Esta é uma situação muito grave, quer ao nível da gravidade política do precedente, quer ao nível da forma como a decisão foi tomada.

É muito grave que o Presidente da Câmara do Porto seja “mais papista que o Papa”, pondo em causa um Feriado Municipal desta importância, cujas festas populares são uma das principais imagens de marca da cidade e criando mesmo dificuldades nos serviços públicos da administração central no Porto, para poupar dinheiro à conta dos trabalhadores e continuar a sua guerrilha interna vis-a-vis o PSD nacional.

É muito que grave que o Presidente da Câmara procure, mais uma vez, ultrapassar as suas competências, dado que apenas a Assembleia Municipal pode aprovar uma extinção ou criação de um Feriado Municipal. Note-se que as tentativas da coligação PSD/CDS para contornar a Assembleia e impor as suas próprias decisões não são novidade. Aliás, foi tentada a mesma estratégia para a discussão do Regulamento Municipal de Gestão do Parque Habitacional do município. Este tipo de procedimentos são uma prova da falta de princípios democráticos da coligação municipal PSD/CDS e do desrespeito com que trata os órgãos políticos democraticamente eleitos pelas populações.

Para além disso, alertamos para a intenção de não pagamento de trabalho extraordinário aos funcionários municipais subjacente a esta decisão. Acresce ainda a hipótese de muitos dos trabalhadores requisitados para trabalhar no dia de S. João serem destacados para o Circuito da Boavista, o dia seguinte.

Com este caso, revela-se assim a continuidade da política nacional destes partidos na extinção de feriados e no agravamento da exploração dos trabalhadores. Apesar dos manifestos alegadamente contra o Governo encabeçados por Rui Rio, entre outras atitudes públicas em que tenta tacticamente distanciar-se de um governo em queda acentuada de popularidade, a verdade é que o actual Presidente da Câmara do Porto não só defende as mesmas políticas, como tenta sempre acrescentar um “toque” de mais direita, de mais austeridade e de menos democracia.

A CDU exige a reposição do Feriado Municipal de S, João para os trabalhadores municipais, como forma de defesa dos direitos dos trabalhadores e das tradições S. Joaninas, tão importantes e características da cidade do Porto. Na próxima reunião da Câmara do Porto, iremos confrontar a coligação PSD/CDS com esta situação.

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