A Visita teve a intenção de fazer um
balanço de dois mandatos de coligação PSD/CDS para esta Zona. O
resultado é visível, abandono total das intervenções camarárias e da
SRU.
A Zona da Ribeira-Barredo, com
intervenções arquitectónicas exemplares da altura do CRUARB, que também
valeram ao Porto a distinção de Património da Humanidade, foi
completamente ignorada nesta década, estando inclusive muitas das
habitações reabilitadas nessa altura hoje fechadas sem qualquer tipo de
ocupação. Esta zona espelha que, de Vivo, o Porto tem pouco e que além
de um nome desajustado a SRU tem um conceito que deu provas suficientes
de não funcionar.
Só um senhorio muito abastado pode
realmente deixar o seu património pronto a habitar abandonado, fazendo
com que a deterioração dos edifícios seja mais acelerada e os custos
ainda mais avultados. Infelizmente, neste caso o senhorio somos todos
nós e são bastantes os portuenses a necessitar de habitação.
Os próprios habitantes destas freguesias
viram-se nestes anos negados da possibilidade de conseguir manter os
filhos por perto, que foram rumando a outros concelhos para encontrar
uma oferta habitacional a preços comportáveis. Alguns destes habitantes
tinham sido alojados provisoriamente no Aleixo durante a reabilitação
desta zona e alguns voltaram, mas foram muitos outros que ficaram por lá
sem expectativas de retorno. Hoje no processo de demolição do Aleixo,
voltam ao jogo de empurra, que para esta câmara significa atirar com os
habitantes do Porto para as periferias e concelhos limítrofes.
Pela voz dos habitantes do Barredo foram
apontadas um número de 60 casas em condições de habitabilidade que,
ainda assim, se encontram abandonadas, tendo sido relatado um caso de
uma idosa inquilina num prédio de habitação camarária que, em graves
condições de mobilidade vive no 3º andar, e pediu à câmara uma
transferência para o 1º que se encontra desocupado. Pedido este que lhe
foi negado sem qualquer explicação razoável e, em contrapartida, foi-lhe
apresentada uma alternativa longe do local onde sempre morou,
Temos vindo a acentuar a sua
prioridade no combate destas injustiças, reclamando um Centro Histórico
do Porto inclusivo, com identidade, no qual é necessário promover um
mercado social de arrendamento que permita a inclusão de novos
habitantes em comunhão com as comunidades existentes. Um exemplo seria a distribuição pontual de habitações, pela malha
do centro histórico, destinadas a estudantes universitários e que
estivessem integradas com as populações locais, atraindo desta forma
jovens para o centro histórico.
Complementarmente, será também
necessário dinamizar a actividade comercial e turística, promovendo
eventos como, por exemplo, uma feira medieval e um Festival do Vinho do
Douro e Porto, explorando-se parcerias com o município de Vila Nova de
Gaia. O incentivo à fixação de oficinas e pequenas indústrias de antigos
ofícios, tão necessários à genuína reabilitação destes edifícios, e o
apoio e divulgação do comércio tradicional seriam outros exemplos
impulsionadores ao desenvolvimento económico desta área e apelativas à
manutenção de uma genuína marca PORTO, selo distintivo para a qualidade
turística da região.
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